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É isso o que você queria? by Alcibíades


Eram quase 23h da noite, Silas deitou-se para dormir. O telefone vibrou, então ele despertou para ver a notificação, mesmo tendo que acordar cedo. Estava no terceiro semestre em Jornalismo na Universidade do Recôncavo Baiano, em Cachoeira. Embora gostasse um pouco do curso, no fundo tinha o desejo de cursar Publicidade ou Cinema, contudo conteve seus gostos pela aprovação de seu pai, coisa que não era muito recorrente. Silas era filho de um pastor da igreja Batista, foi criado na religião desde criança, mas iniciou a rebelar-se na adolescência. Começou de meras ausências aos cultos, até fofocas que questionavam a sexualidade dele.

Quando disse que queria fazer faculdade longe de sua terra natal, Feira de Santana, o pai viu uma oportunidade de escapismo, de não ver mais a personificação dos seus problemas todo o dia em sua própria casa. Silas, como a maioria dos que estão passando pela transição da adolescência para a vida adulta, dependia da família para sobreviver, então traçou um plano: escolheu uma faculdade próxima à casa de sua avó materna, localizada em São Félix, e um curso que o seu pai não tivesse preconceito. Quando disse que iria fazer Jornalismo, o pai pensou que ele seria um repórter como os do Balanço Geral ou Alô Juca, e isso para ele era o suficiente. A avó dele era uma católica fervorosa, o acolheu assim que o neto pediu, nunca diria não à lembrança vivente de sua filha.

Silas estava, então, a uma ponte da Universidade e a mais de 1 hora de distância de sua vida antiga. Era perto o suficiente para o pai aprovar, e longe o suficiente para que ele aprontasse. Recebia apoio financeiro necessário para apenas preocupar-se em estudar. Logo no segundo semestre, perturbou um dos seus professores para conseguir uma bolsa de iniciação científica. Essa perturbação confundiu-se com flertes tímidos e dissimulados, e Silas não conseguia disfarçar nas atitudes que tinha uma queda imensa pelo seu professor, que chamava-se Joacir. Ele era um pouco acima do peso, alto, tinha pelos grossos e escuros que transbordavam disfarçadamente pela gola da camisa. O principal era que ele era calvo, quase não tinha mais cabelo no topo da cabeça, por isso o mantinha bem curto, quase raspado, e a barba cinzenta cheia, bem feita e aparada.

Silas não sabia explicar, mas sempre sentiu uma atração imensa por homens com essa característica. Calvície e barba eram uma combinação que, para ele, tornava qualquer homem mais irresistível e imponente. Queria sentir isso, ele queria tocar na cabeça de Joacir, sentir sua barba arranhando o seu pescoço enquanto tinha o corpo beijado, queria ser dominado fisicamente, uma vez que o seu espírito já era dele. Cada brincadeira de duplo sentido e pequenas trocas confusas de afeto o fazia sentir mais atração.

Antes de deitar-se, recebeu uma mensagem dele dizendo: "Senti bastante a sua falta na reunião do grupo de pesquisa hoje, elas são bem mais interessantes quando você está lá." O ar frio de seu quarto se dissipou. Após ler essas palavras, sentiu um calor que fez o corpo formigar. Ele abriu a foto de perfil de Joacir e ficou o encarando, contemplando seu rosto, sua barba, imaginando como ele seria se estivesse completamente careca. Fantasiou raspar completamente a cabeça do seu professor. Primeiro, ele aumentaria as entradas com um depilador, o deixando mais calvo ainda. Sentiria muito prazer ao vê-lo sentir dor ao arrancar os fios morenos e grisalhos, pois isso o tornaria mais sexy, irresistível e atraente. Depois, rasparia tudo na zero, fazendo os cabelos caírem e darem espaço a nada além do couro cabeludo. A fantasia o fez ter que se tocar para sentí-la, e assim ele fez. Estimulou os próprios mamilos enquanto masturbava-se pensando em passar espuma na cabeça de Joacir, em deixar a cabeça dele lisinha, em brincar com a barba dele e reduzí-la a um bigode. Os devaneios o levaram ao sexo e, entre suor e saliva, o imaginou falando "agora é a sua vez…" Silas gozou antes que os sonhos o levassem mais adentro. Talvez, para além de sentir, ele queria ser aquilo que desejava.

Ejacular fez com que seus pensamentos fossem saciados e a luxúria, silenciada. Silas passou as mãos pelos cabelos pretos encaracolados e deixou escapar um ofegante "não tenho coragem". Tinha medo da reprovação da família, amigos, tinha receio de deixar de ser visto como atraente pelos outros. O cabelo dele era longo, um liso que ondulava até chegar às pontas, quase alcançava ombros, não seria fácil desapegar assim. De qualquer forma, sabia intimamente que chegaria o dia que ele iria ceder, que ele não aguentaria mais repelir o desejo e prontamente passaria a viver como realmente gostaria. Aos poucos, já havia começado a instigar esse desejo: brincava com o cabelo, por vezes cortava mechas curtas imperceptíveis. Ele passou a usar minoxidil para fazer a barba crescer, e tem funcionado. A barba é o único pêlo que ele sente liberdade para ousar e experimentar, tanto que, atualmente, está usando um cavanhaque bem desenhado que ele mesmo fez.

Levantou-se, pisou no chão descalço e sentiu o frio do mês de junho, andou ao banheiro, tomou um banho quente e voltou-se para a cama. Deitado, Silas passeou pelo Grindr como esporte, gostava de ver os homens que estavam no aplicativo, mas nunca teve coragem de sair para uma foda. Por vezes recebia mensagens, a foto de perfil dele recortava do peitoral à boca com um sorriso acanhado, o que atraía o interesse de alguns, que logo desistiam ao receber vácuo de um moleque que faz cu doce. Silas mal respondia, tinha 20 anos e acreditava sofrer de adolescência tardia, a ideia de sair com um estranho o deixava ansioso, mas sempre flertava virtualmente, como uma criança que tem medo do mar e mesmo assim fica molhando os pés em ondas que quebram na praia.

Passando da meia-noite, abriu a conta do Instagram, viu reels por alguns minutos, e decidiu ir para a sua outra conta, a qual utilizava religiosamente apenas para fetiches íntimos. Arregalou os olhos ao avistar uma notificação de mensagem, geralmente ninguém iria falar com ele, porque tinha um perfil vazio, se não por uma foto do Wriothesley sem camisa e um "Cachoeira-BA" na bio. Tinha esperanças de que alguém com o mesmo fetiche que ele conectasse os pontos quanto aos tipos de perfis que ele seguia, lesse a bio e, por sorte, fosse do Brasil e tivesse a iniciativa conversar com ele. Silas abriu a mensagem. Finalmente, alguém, com o user "@careca_1991" mordeu a isca.

"Cachoeira? Eu sou de Salvador. Vc curte o mesmo que eu?", essas palavras fizeram o coração ser expelido pela boca. Não conseguia acreditar que finalmente tinha encontrado alguém tão perto que possivelmente tivesse o mesmo fetiche que ele. Silas pensou muito antes de responder, o cara ainda estava online, não sabia como reagir se a troca de mensagens continuasse naquele momento.

"Oq é que você curte?", respondeu.

"Eu curto quando um cara entende que o lugar do cabelo dele é o lixo. Curto carecas, raspar a cabeça, deixar a cabeça lisinha na zero ou navalha. Tamb curto barbudos, tamb gosto de homens sem pelo nenhum na cabeça, nem sobrancelha".

"Sem sobrancelha? Nossa, para mim isso é demais. Eu gosto muito de pelos, principalmente os corporais e barba. Tenho o mesmo tesão que você tem por homens carecas. Os por opção são bastante gostosos, mas os calvos chamam mais a minha atenção rs", Silas reescreveu a mensagem umas 5 vezes antes de enviar, por impulso pressionou o botão.

3 minutos se passaram desde o envio, nenhuma visualização. Ficou apreensivo olhando diretamente para o chat, então pensou que soaria desesperado visualizar imediatamente e saiu dele. Ficou observando a caixa de entrada, 10 minutos e nada.

"Tem algum plano para o São João? Eu poderia ir pra aí pra a gente se ver. Sei que o licor daí é mt bom", essa resposta do @careca_1995 soou bastante precipitada na visão de Silas.

"Você não acha muito rápido isso? Eu nem sei o seu nome."

"Desculpa. Sou Carlos. Se for melhor para você, a gente pode conversar no whatsapp".

Silas pensou um pouco e concluiu que ver o Instagram pessoal dele era melhor, então sugeriu que eles interagissem por lá. Carlos aceitou. Antes de chamá-lo, Silas stalkeou o perfil principal dele, que era aberto. Ele parecia ser um cara legal, tinha fotos com amigos em confraternizações íntimas, umas fotos na praia, no Farol da Barra, na Gamboa, no Glauber Rocha. "Clichê", pensou. Carlos soava inofensivo e convidativo. Ele era careca, realmente parecia estar na casa dos 30 anos e, aparentemente, tinha algumas entradas bastante visíveis em fotos nas quais o cabelo estava minimamente crescido, em uns 3 milímetros no máximo. Sua altura não era tão notável, parecia ser mais baixinho, era um pouco magro, um pouco gordinho, e a pele, morena como uma areia da praia durante o pôr do sol, apresentava um tom quente e dourado. A barba, um tanto longa, quase escondia o pescoço sob fios densos e escuros, ela harmonizava com o rosto, mas o bigode escondia os lábios. Os olhos eram castanhos, e um brilho suave emanava deles, parecia que sorriam nas fotos. Foi o suficiente para que iniciasse uma longa conversa durante a madrugada.

Passaram a noite em claro conversando apenas sobre fetiches em comum. Trocaram experiências e vivências, apesar de Silas não possuir tantas, todavia Carlos parecia ser um pouco mais vivido, já teve o fetiche realizado por dois ex-namorados. Aos 27, decidiu ser definitivamente careca, então começou a arrancar os fios dos cabelos com o auxílio de uma pinça e um depilador, até que a calvície fosse evidente e as pessoas o recomendassem raspar tudo. Compartilhou com Silas o fator da insegurança, mas o encorajou a ir em frente, pois a satisfação e o contentamento de ser quem ele realmente quer ser valeu mais do que qualquer comentário desagradável. Além disso, disse que os comentários pararam aos poucos, até que todos se habituaram. Apelidos como "careca", "cabeça de ovo" ou "gandhi barbudo" ainda eram recorrentes, mas no fundo ele gostava bastante de ser visto assim.

Carlos retomou o auto-convite para visitá-lo, e Silas rejeitou, disse que seria inviável, pois ele mora com a avó, e, ainda por cima, em cidade pequena, logo as paredes teriam ouvidos e as janelas, olhos. Levado pelo jeito atrevido e jocoso Carlos, sugeriu como alternativa encontrá-lo em Salvador, e essa possibilidade foi bem recebida, uma vez que Carlos morava sozinho. Então, marcaram um encontro no dia vinte e dois. Soou atrevido, imprudente, rápido demais; ambos gostavam disso. Combinaram de passar uma noite juntos no apartamento de Carlos, que ficava em Amaralina. Ao receber o endereço, Silas matou a curiosidade pesquisando no Google Maps. Era um edifício de quatro andares, Carlos morava no último, ficava bem na frente do mar. "Não parece suspeito", pensou para aliviar a consciência.

"Vc conhece Salvador?", perguntou Carlos em uma mensagem.

"Já fui pra aí algumas vezes. Acho que sei chegar até a sua casa", respondeu.

"Acha? Quer que eu te busque de carro na rodoviária?", sugeriu. Silas pensou que isso poderia ser um cuidado, mas soava estranho ele ser tão convidativo e disposto. Primeiro, queria viajar até a sua cidade, e agora tem feito tudo para que esse encontro acontecesse, tudo soava muito suspeito. Pensou no quão longe ele deveria ir para satisfazer um desejo, um fetiche, um comportamento. Concluiu que o pior que poderia acontecer seria ser obrigado a fazer algo que não queria, entretanto parte dele não sentiu medo ao cogitar isso, sentiu tesão.

"Você não vai me sequestrar né?", questionou.

"kkkkkkkk relaxa. Eu tamb nunca fiz isso antes. Vou receber um estranho na minha casa e se for você quem vai me fazer mal?", retrucou Carlos.

"Você tem um ponto", disse.

"Se eu fosse você só me preocuparia quanto ao seu cabelo", Carlos passou a instigar a mente de Silas com essa mensagem. Ele sabia que, nesse encontro, mexer com o próprio cabelo seria inevitável, todavia ainda não tinham feito combinados quanto ao que poderia acontecer.

"Quais as suas expectativas sobre o que vai acontecer dia vinte e dois?", continuou Carlos.

"Eu não sei. Acho que vou deixar as coisas rolarem naturalmente sem pressão. Oq rolar rolou", respondeu Silas.

"N gosto de deixar as coisas rolarem assim livremente, quero combinar tudo antes", Carlos soava sistemático, e esse pragmatismo atribuiu a ele uma aparência de controlador.

"E o que é que você quer?"

Carlos enviou um áudio como resposta, que dizia:

"Eu quero te botar de joelhos para você me mamar enquanto eu te raspo. Quero sentir o seu cabelo como tapete em meus pés, te pelar todinho, lamber sua cabeça, te comer de quatro enquanto me agradece por finalmente te fazer sentir algo de verdade. Seu pau vai estar latejando, na verdade acho que você deve estar todo excitadinho agora. Você vai implorar para que eu faça isso contigo, para que eu te transforme em um homem, e você vai obedecer tudo o que eu te mandar fazer. O seu cabelo vai ser meu e eu vou poder fazer o que quiser com ele. E nem pense em cortar um fio até a gente se ver. É isso o que eu quero."

A voz dele era firme, ponderada, mas um tanto suave. Era agradável de ouvir, e Silas ficou repetindo o áudio várias vezes, hipnotizado pelas palavras que penetravam a mente e o levavam ao êxtase. Decidiu responder com um áudio e revelar sua própria voz a ele em retribuição, tinha um timbre melodioso, mas um tanto metálico.

"Nossa, nem sei como reagir… eu… eu prefiro falar sobre isso pessoalmente, tá?"

Nessa hora, ele estava em casa, foi até a um grande espelho que ficava na parede da sala, vestindo apenas um samba canção que tornava nada discreta a sua ereção, e começou a gravar um vídeo mostrando as madeixas escuras que tinha. Disse no vídeo que Carlos poderia se tranquilizar quanto ao comprimento de seu cabelo, por ora.

"Não me teste seu putinho", respondeu Carlos.

"Tortura psicológica é entretenimento para mim haha", digitou a resposta enquanto deitava-se no sofá de bruços. Lá mesmo, aproveitou-se da fricção entre o móvel e corpo, começou a esfregar-se e, sem muito esforço, teve um orgasmo. Fechou os olhos, sentiu a mente explodir como uma televisão sem sinal com ruído branco, seus tímpanos pareciam ter saído do canal auditivo. O corpo fraquejou, o ar parecia ser rarefeito, mesmo respirando de forma tão ofegante. Abriu os olhos e sentiu as cores esmaecessem, as coisas ao redor distorciam como em vertigem. Permaneceu deitado até conseguir se recuperar e o mundo retomou à forma habitual.

Continuaram a trocar mensagens durante o decorrer dos dias. Tiveram a oportunidade de conhecer mais da vida pessoal um do outro, o que passou mais confiança para ambos. Silas revelou ser universitário e Carlos, trabalhava como analista de sistemas em um banco. O laço entre eles parou de ser meramente sexual. Passaram a trocar algumas experiências, compartilharam álbuns musicais favoritos, playlists, reels, opiniões e indicações. Apesar disso, não sabiam de tantos detalhes sobre a vida pessoal um do outro, Carlos era muito reservado para perguntar algo mais profundo, e Silas não tinha interesse em colocar os pés no chão, sentia que assuntos mais pessoais tornam o clima pesado, e ele não queria perder o escapismo que tinha encontrado. Carlos o fazia esquecer de tudo, até da paixonite que tem pelo professor, que teve que dar espaço para as idealizações do que iria acontecer entre ele e Carlos em breve.

Dois dias antes de viajar para Salvador, Silas já tinha arrumado a mochila. Disse à avó que iria visitar uma amiga, recebeu as bênçãos, proteção divina, conselhos, e prosseguiu contando os dias para pegar o ônibus.

Acordou cedo, prendeu o cabelo em um pequeno rabo de cavalo, deu um trato no cavanhaque, vestiu uma jaqueta verde, uma camisa branca, calça jeans e um tênis. Pegou o ônibus das oito e trinta e cinco da manhã, chegou ao destino por volta das onze. No desembarque, buscou encontrar Carlos, que não estava lá ainda. Enviou uma mensagem a ele, e uma foto para indicar onde estava o esperando.

"Estou chegando", recebeu como resposta.

Sentou-se numa das cadeiras azuis e ficou aguardando até que o avistou. Carlos não era tão baixinho, tinha quase a sua altura. A barba parecia mais cheia do que nas fotos, e a cabeça estava reluzente de tão raspada. Vestia uma camisa vermelha, jeans e um tênis marrom. Silas levantou-se para cumprimentá-lo, não sabia se acenava, apertava a mão ou o abraçava, mas não teve tempo para pensar, foi abraçado antes que pudesse raciocinar.

— Oi, Silas… — disse enquanto abraçava Silas por poucos segundos. Carlos cheirava a capim limão e a loção pós-barba. — É… eu deixei o meu carro no shopping aqui na frente, seria um inferno estacionar aqui.

— Ah, beleza — Silas estava tímido e levemente desconfortável — quer dar um rolê lá antes de irmos? A gente pode almoçar, sei lá.

— Pode ser, pensei na mesma coisa.

Saíram da rodoviária pela passarela, andavam rápido para fugir da chuva. Almoçaram, conversaram e mataram todo o tempo que podiam. Internamente, ambos ardiam de desejo, mas pareciam querer postergar o inevitável.

Já fazia umas horas desde o almoço, então Carlos apontou o caminho para tomar um café. Pediu um expresso tradicional, Silas, um latte. Foram à mesa e sentaram-se um de frente para o outro.

— Posso? — Carlos levantou a mão, indicando que queria tocar o cabelo de Silas.

— Claro — Silas o encarava ao sentí-lo retirar uma xuxa que prendia os cabelos em um tímido rabo de cavalo. Os fios oscilavam sobre a face enquanto recebia um cafuné. Sentiu a mão firme de Carlos, os dedos enrolando pelas madeixas, e o próprio sangue fluindo para a pelve.

— Acho que já está bom, aqui não… — Silas afastou-se um pouco e Carlos levantou um sorriso safado.

— Estava bom até demais, não era? — Carlos recolheu-se e tomou dois goles do seu expresso ao terminar de falar.

— Não com todo esse cabelo atrapalhando — respondeu Silas enquanto ia amarrar novamente.

— Deixe solto, aproveite — ordenou Carlos.

Silas obedeceu. Sentiu muito tesão em ceder o controle, e queria mais do que isso. A coragem escapou da garganta quando disse:

— Carlos, sobre aquilo, é… que você falou que queria fazer hoje e que eu queria conversar pessoalmente — disse enquanto se sentia devorado vivo pelos olhos — eu topo.

— Saiba que não tem volta.

— Eu sei.

— Quer ir agora? — Carlos levantou-se enquanto enunciava, Silas sabia que aquela era uma pergunta retórica.

— Sim — disse, e passou a acompanhá-lo até o estacionamento.

Foram de carro até o apartamento de Carlos. Era no mesmo prédio que Silas havia verificado, o que o tranquilizou bastante, pois estava bastante ansioso no carro. Tinha passado pela mente vários cenários diferentes os quais o envolviam em um post de desaparecido.

Passaram pelo portão, subiram as escadas e entraram retirando os calçados.

— Pode deixar as coisas aqui na sala por enquanto. Você quer beber alguma coisa? — perguntou Carlos enquanto fechava a porta.

— Tô de boa — respondeu Silas, retirando a mochila dos ombros.

Carlos aproximou-se dele, pôs as mãos na nuca de Silas, aproximando o rosto para beijá-lo. Sentiu o gosto de café escapando da saliva, o cheiro do capim limão, os seus corpos se aproximando cada vez mais enquanto roçavam os pênis entre os jeans. Os pelos da barba invadiam o beijo, e ambos gostavam disso. Silas sentiu um fio em sua boca.

— Você confia em mim, Silas? — perguntou Carlos.

— Sim — respondeu Silas enquanto retirava um pêlo de barba da língua.

— Eu já volto. Fique bem aqui — Carlos moveu o corpo de Silas como se ele fosse um boneco — de costas, está bem? Não vire. — Saiu da sala, deixando Silas sozinho.

Não conseguindo confiar naquelas palavras, Silas ficou constantemente olhando para trás enquanto Carlos não chegava. Ouviu passos, voltou a ficar de costas e, após ouví-lo sair, continuou a bisbilhotar. Carlos havia deixado na cozinha uma máquina de cortar cabelo, tesoura e um pente. Ouviu bater de armários, e, pouco depois, passos; virou para a frente.

— Tire a roupa, fique só de cueca — dizia a vós por trás dele.

Silas obedeceu. A sala estava em completo silêncio, apenas ouvia-se o barulho dele se despindo, e do próprio coração estrondando no peito.

— Ajoelhe-se.

Silas obedeceu. Sentiu-se como se estivesse hiperventilando, as pernas formigam enquanto se ajoelhava.

Carlos chegou por trás de Silas, acariciou o rosto dele, passando as mãos pela bochecha, pela boca, pelo cavanhaque. Subiu até o cabelo, dando um breve cafuné e o puxando forte para atrás. Ele agachou-se com apenas um joelho no chão e disse:

— Você agora vai me pagar tudo o que me deve por ter me provocado. Eu vou fuder com esse cabelo, rapaz. Ele deixou de ser seu no segundo que você pisou aqui, ele pertence a mim e vou fazer o que eu quiser com ele — disse como quase em um sussurro nos ouvidos de Silas.

— S-sim — Silas não conteve a excitação em seu corpo, ele cedia, ele tremia. Não sentiu controle algum, era mais fácil ficar imóvel do que mover seus músculos, estava congelado por um desejo, queria estar assim, nasceu para estar assim. Ele estava pronto para se tornar aquilo que desejava, queria que o cabelo fosse arrancado de sua cabeça, jogado no lixo, nunca ansiou tanto por, para além de estar, ser careca.

— Peça — Carlos ordenou firmemente enquanto levantava-se.

— Por favor, raspe o meu cabelo, me deixe careca. Eu quero ser que nem você, gostoso que nem você, homem que nem você. Eu quero sentir essa máquina passar no meio da minha cabeça, sentir o cabelo caindo pelo meu corpo, passar a mão e sentir nada além da pele, eu… — Silas parou de falar ao ouvir o vibrar de uma máquina de cortar cabelo.

— Continue, não pare — disse Carlos enquanto acariciava aqueles cabelos como se estivesse se despedindo.

— Eu quero ver todo o meu cabelo no chão. Eu quero que você faça o que quiser com ele e comigo — concluiu Silas.

— Erga a cabeça — mandou Carlos.

Silas a ergueu e sentiu a máquina ligada no topo da testa, bem no meio. Ele viu, de ponta cabeça, Carlos, que agora estava sem camisa, revelando um peitoral farto e cheio de pelos.

— Abaixe a cabeça, não tem mais volta a partir daqui — Carlos segurou a máquina firme, rente contra o cabelo, para que passasse suavemente quando Silas abaixasse.

Silas abaixou e viu enormes madeixas caírem em sua frente. "Já foi", pensou ao encarar o cabelo no chão. Carlos continuou ordenando que levantasse a cabeça, agora indo para o lado mais à esquerda do topo da cabeça. Silas inclinou para baixo novamente, sentiu os fios escorrerem pelos ombros. Repetiram o mesmo e foram para a região à direita, os cabelos caíam lentamente como uma chuva fina e suave.

Carlos desligou a máquina e mandou Silas sentir o que haviam feito. Aparentemente, a máquina estava com um ponte acoplado, provavelmente o #1, pois estava extremamente curto. Silas passou a mão e mais fios soltos deslizavam entre os dedos. Notou que as mechas da lateral da nuca continuavam intocadas, aguardando serem tosadas.

— Fique aqui — disse Carlos, que saiu brevemente. Silas não ousou olhar para trás.

Passos ficam mais distantes. Silêncio. Passos ecoam em direção à sala.

— Eu vou fuder com o seu cabelo agora, rapaz, e você vai gostar disso — disse Carlos, ligando algo que não parecia ser uma máquina de cortar cabelo. Posicionou-se na frente dele, estava apenas de cueca, com o pênis latejando como se fosse rasgá-la.

Silas conseguiu ver o que estava nas mãos dele, era um depilador elétrico. Começou a suar frio, as dúvidas emergiram. Sabia que o dano seria permanente se constantemente utilizasse um depilador, mas a possibilidade do seu cabelo nunca mais crescer normalmente o assustava.

— Relaxe, vou apenas te presentear com algumas entradas, quem sabe um buraco na coroa da sua cabeça te caia bem também — disse Carlos — se estiver doendo demais, engula a dor com isso aqui — então, tirou o pênis ereto da cueca.

Silas ficou em silêncio, e o silêncio soava como um consentimento. Carlos posicionou o depilador no canto superior esquerdo, foi passando devagar na pele até encontrar os primeiros fios. Instantaneamente, Silas engoliu todo o pau que encontrava-se em sua frente, engasgou-se e recuou para trás, tossindo, com os olhos lacrimejando.

— Engula a dor que nem um homem — Carlos puxou a cabeça de Silas, o guiando ao cacete duro dele, que passou a ser mamado feito chupeta ao retomar a aumentar as entradas.

Quando o trabalho com as entradas foi finalizado, Silas tocou a cabeça e sentiu como se agora estivesse na escala norwood 3. Contudo, ainda não acabou, Carlos abriu um buraco considerável na coroa da cabeça dele até se sentir satisfeito.

— Agora sim, podemos continuar — Carlos pegou a máquina novamente, agora sem pente algum, e voltou a raspar a cabeça de Silas. A máquina em momento algum enroscou com um fio, ela deslizava pela cabeça como se fosse feita para isso, era certo o que estavam fazendo. Para além disso, necessário.

Ao terminar de raspar. Carlos removeu um espelho que estava pendurado na parede e o levou até Silas, que ficou em êxtase ao ver como estava. Eram evidentes as entradas concebidas, faziam contraste contra o couro cabeludo. Sem todo aquele cabelo, e agora com uma calvície forjada, Silas se viu pela primeira vez como um homem. O cavanhaque, agora completamente destacado em contraste com sua careca, o deixou mais confiante ainda quanto ao que estava sentindo sobre sua aparência, sentia-se até como se emanasse um ar de safado. Não se importou com possíveis julgamentos ou o que os outros iriam pensar, uma vez que estava na sua melhor versão: mais atraente, másculo e sedutor. Ele realmente nasceu para ser careca.

— É isso o que você queria? — perguntou Carlos.

— É exatamente o que eu queria — respondeu.

Carlos levou uma cadeira da sala de jantar até Silas, que levantou-se, com os joelhos vermelhos e pernas vacilantes. Ele se sentou, sabia o que iria acontecer agora. Sentiu uma toalha repousar sobre os ombros, água molhando o couro cabeludo, a espuma do creme de barbear sendo suavemente espalhada na cabeça e a lâmina dando a primeira deslizada contra os fios. Ao terminar, foi passado um pós-barba e um hidratante na cabeça macia e reluzente dele, igual à do seu amante. Depois, foram ao quarto para juntos desvendarem outros desejos íntimos.





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